no teu corpo é que o poema faz amor,
a dor das casas, o cheiro húmido das pétalas, as flores mais escuras.
quando uma nuvem te atravessa, é que o punhal fere o silêncio,
a morte dança, o mar começa.
no teu corpo é que as palavras carne e água são de carne e água,
os seios bússolas, a noite mágoa.
se uma faúlha acende um poço de carvão, a vontade irrompe o cavalo do sangue.
é a tua pele que abre os olhos da chuva, a mão do vento, o dia claro.
se um beijo desperta a ira dos relâmpagos, a manhã desce ao sal da língua, o tempo pára.
sobre um novelo de palha, os ovos estalam nas estrias delicadas.
troveja fortemente se o céu diz o teu nome.
Alice Macedo Campos – único poema - in "o ciclo menstrual da noite"
9 comentários:
Eu já tenho o meu exemplar...
:)
querido jorge, muito obrigada. fico muito feliz de me ver aqui na tua asa de silêncio. a pintura que escolheste é muito bonita... estou muito sensibilizada. abraço-te *
parabéns.
gostei do que li.
voltarei.
scaramouche.
Muito lindo...
"O amor é uma casa onde cabem dois corpos e os gestos entre eles". Do meu poema preferido deste livro :) *
O "ideia para um autógrafo". Também gosto muito.
A Alice estava mesmo com a mão quente quando o escreveu...
:D
Belo!
merecidíssimo Post.
________________!!!
abraço. cordial.
tambem tenho já o meu...
beij
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