sexta-feira, março 26, 2010
Todo o espaço é um rosto puro
Aproa o barco na sua linha de azimute. O vestido alvescente surgirá na praia. Reluzindo. Ondulando ao vento como bandeira que assinala o destino. Ela, de braços estendidos ao longo do corpo. Mãos pelo regaço. Enlaçadas. Ansiosas. Olhar fixo no fio do horizonte. Ciciando o seu nome como uma prece. Serenando as águas. Esperando-o… E navega o tempo fantasiando regressos. Sonhando-a. Profundos poentes de tardes douradas no seu olhar. O mar como se viesse num esmerado beijo, envolvendo-lhe languidamente os pés nus. Rodeada de búzios, estrelas-do-mar e pios de gaivotas livres planando a fresca maresia. Ao largo, na solidão do barco, todo o espaço é um rosto puro. Todo o espaço é um desenho com o traço fino e delicado das memórias dos dias que virão.
Todo o espaço é um rosto puro – Jorge Dourado
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9 comentários:
Não me vou repetir em todos os comentários e perguntar se já pensaste em juntar os teus textos e...
Por isso, digo apenas que gosto mais dos teus textos do que alguns dos transcritos.
Bjks
(e o meu nariz continua exactamente do mesmo tamanho!)
:D
Espero bem sim porque estou a ficar mal habituado, ou melhor, bem habituado, com estas tuas palavras tão generosas.
Bjks
muito bonito!
um abraço
luísa
(vim da dona redonda)
Obrigado, Pin gente.
Bem-vinda! :)
Mais um belo texto teu. Estão a ficar cada vez melhores. Mais apurados. Mais dourados.
Beijo em forma de 24.
vinteEquatro
há tanto tempo que não encontro uma estrela do mar...
talvez caia uma do céu, uma noite destas :)
bj.
vinteEquatro:
Sim sim, de facto já faltou mais para o prémio Nobel... ;D
Obrigado :)*
Moriana:
Se descobrires onde elas caem diz-me que também quero :D
bj.
combinado! :)*
Really: Todo espaço é um rosto puro...
Gostei do Blog, se quiser me visitar e seguir...
Um abraço com cheiro de poesia Dourado
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