sábado, março 13, 2010
Este lago não existe
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No pelouro das madrugadas entrego parte da minha ausência. Os percursos vários por onde só sonhos naveguem, por onde só passos leves consigam interiorizar as trevas destas areias escondidas, no raro real de mim, no confuso e díspar silêncio destas horas aqui descritas, devorando com ansiedade as maresias deste lago, onde flutuam os sorrisos dos tempos que me esperam, que busco, os sorrisos a que me dou, levando-me consigo, enriquecendo os membros de todo eu, perfilando-me por estas florestas irreais, por entre as folhagens da vida aqui, as fantasias quase sempre enormes.
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in “Este lago não existe” – Vítor Burity da Silva
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12 comentários:
Este foi um dos que trouxe para casa depois de ler uma página ou outra, não há muito tempo. (Vês? :))
Nunca tinha lido nada deste autor (para dizer a verdade nem conhecia o nome). Achei piada ao nome, abri umas páginas ao acaso e tive de o trazer.
Beijinhos
Olha, eu conheci o Vítor Burity da Silva nas correntes d'escritas.
Ouvi-o lá a ler um texto que tinha preparado para as correntes e fiquei logo com a sensação de que os seus livros deviam ser interessantes. Depois, por coincidência, encontrei um amigo que tinha justamente acabado de comprar este livro, e que também estava todo entusiasmado a falar dele. Resultado, lá fui eu a correr para a livraria das correntes. Utilizei a técnica que te tinha falado anteriormente ;) e comprei, sem hesitações, este e o outro dele, o "Rua dos anjos". A seguir, sem perder o fôlego, voltei ao auditório para que o Vítor Burity da Silva me assinasse os livros. E consegui! Ele foi muito simpático. Trocamos umas breves palavras e pronto, fiquei com os livros assinados! :D
Beijinhos
eheh :) a correr, sem perder o fôlego?! faz-me lembrar uma certa vez que alguém fez o mesmo para conseguir uma rubrica do Agualusa ;)*
Muito bom estar aqui, amigo poeta ! Meu carinho.
Eu não conheço nem o Vitor nem o livro....e agora também não dá para ir a correr a lado nenhum comprar:)
vinteEquatro
Ana: é verdade!... começam a ganhar contornos de tradição estas minhas corridas literárias... ;D*
Cria: Obrigado. Também já estive no palavreado de cria :)*
vinteEquatro: Não me digas que também queres entrar nesta nova e entusiasmante modalidade olímpica que dá pelo nome de corridas literárias?! ;)*
não conhecia o autor e gostei do excerto. a ilustração é uma maravilha :) beijinhos, jorge*
não coneço o autor, e gostei muito deste excerto que aqui nos deixas.
vou ter de pesquisar...
um beij
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É bonito! Obrigada, por partilhar conosco...
O sono é bom...Nele podemos viver todos os sonhos!
Beijos de luz e o meu carinho"!
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Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem tem princípio, meio e fim
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não
Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo
Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação
***
So beautiful! Love and Peace*****************
Kiss*****************
Rê
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