Nua és tão simples como uma de tuas mãos,
lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçã,
nua és magra como o trigo nu.
Nua és azul como a noite em Cuba,
tens trepadeiras e estrelas no pêlo,
nua és enorme e amarela
como o verão numa igreja de ouro.
Nua és pequena como uma de tuas unhas,
curva, subtil, rosada até que nasça o dia
e te metes no subterrâneo do mundo
como num longo túnel de trajes e trabalhos:
tua claridade se apaga, se veste, se desfolha
e outra vez volta a ser uma mão nua.
Pablo Neruda - Nua
6 comentários:
Até 1 de Dezembro, pela mão da Seiva Trupe, está em cena no Teatro do Campo Alegre a peça inspirada na obra de António Skármeta, O Carteiro de Pablo Neruda.
Eu fui e recomendo ;)
como é difícil comentar poemas tão belos... neruda...!
tudo porque aqui já as palavras nos vestiram totalmente a pétalas de palavras-rosa ~
rosas do lobo
rosa-lua-rosa
rosa-nua-rosa
.beijO
ai que friO! :)
e o blog a fazer a apologia do nu… (;
talvez melhor tradução fosse cabelo ( em vez de pelo ), que te parece?
Enviar um comentário