Envolver-me na mais obscura solidão das searas e gemer
Amassar com os dentes uma morte íntima
Durante a sonolência balbuciante das papoulas
Prolongar a vida deste verão até ao mais próximo verão
para que os corpos tenham tempo de amadurecer
colher em tuas coxas o sumo espesso
e no calor molhado da noite seduzir as luas
o riso dos jovens pastores desprevenidos...as bocas
do gado triturando o restolho....as correrias inesperadas
das aves rasteiras ....
e crescerei das fecundas terras ou da morte
que sufoca o cio da boca.....
...subirei com a fala ao cimo do teu corpo ausente
transmitir-lhe-ei o opiáceo amor das estações quentes.
Al Berto - Doze moradas do silêncio
7 comentários:
:)
Não tive tempo de ver todo o blog por isso te pergunto: há textos teus por cá?
Um abraço e volta sempre.
São tão poucos que é necessário pedir ajuda à PJ para os encontrar ;)
Agosto 2006: a dança fingida; Mulher magnólia - Setembro 2006: A estrela e os girassóis - Dezembro 2006: Uns pozinhos de perlim pim-pim - Março 2007: Preciso de palavras, de amor.
A beleza da dor...
Este dá para ler em voz alta...
Apetece-me roubar o quadro...
CSD
é esta a maravilha da poesia do Al Berto: lê-la em voz alta:) parece que todos os textos dele pedem, imploram para serem ditos
Al Berto... Sempre tão grande e, no entanto, ainda tão pouco conhecido...
Olá :)
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