Dou-te um nome de água
para que cresças no silêncio.
Invento a alegria
da terra que habito
porque nela moro.
Invento do meu nada
esta pergunta.
(Nesta hora, aqui.)
Descubro esse contrário
que em si mesmo se abre:
ou alegria ou morte.
Silêncio e sol – verdade,
respiração apenas.
Amor, eu sei que vives
num breve país.
Os olhos imagino
e o beijo na cintura,
ó tão delgada.
Se é milagre existires,
Teus pés nas minhas palmas.
Ó maravilha, existo
no mundo dos teus olhos.
Ó vida perfumada
Cantando devagar.
Enleio-me na clara
dança do teu olhar.
Por uma água tão pura
vale a pena viver.
Um teu joelho diz-me
a indizível paz.
António Ramos Rosa - Teu corpo principia
2 comentários:
Belissimo poema e imagem. Encontrei aqui um momento bonito de recolha de poesia e pinturas que partilhou.
O meu Obrigada
Marisa
Belissimo poema e imagem. Encontrei aqui um momento bonito de recolha de poesia e pinturas que partilhou.
O meu Obrigada
Marisa
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