domingo, abril 01, 2007

Teu corpo principia


William A Bouguereau - The first kiss

Dou-te um nome de água

para que cresças no silêncio.


Invento a alegria

da terra que habito

porque nela moro.


Invento do meu nada

esta pergunta.

(Nesta hora, aqui.)


Descubro esse contrário

que em si mesmo se abre:

ou alegria ou morte.


Silêncio e sol – verdade,

respiração apenas.


Amor, eu sei que vives

num breve país.


Os olhos imagino

e o beijo na cintura,

ó tão delgada.


Se é milagre existires,

Teus pés nas minhas palmas.


Ó maravilha, existo

no mundo dos teus olhos.


Ó vida perfumada

Cantando devagar.


Enleio-me na clara

dança do teu olhar.


Por uma água tão pura

vale a pena viver.


Um teu joelho diz-me

a indizível paz.



António Ramos Rosa - Teu corpo principia

2 comentários:

Biblioteca Rodrigues de Freitas disse...

Belissimo poema e imagem. Encontrei aqui um momento bonito de recolha de poesia e pinturas que partilhou.
O meu Obrigada
Marisa

Biblioteca Rodrigues de Freitas disse...

Belissimo poema e imagem. Encontrei aqui um momento bonito de recolha de poesia e pinturas que partilhou.
O meu Obrigada
Marisa