Pétalas de rosas e açucenas, querendo ser pequenas nuvens perfumadas, flutuam em teu redor ao sabor da brisa de um dia que entardece. Acenas ao longe. Tudo apenas um sorriso rútilo de Centáurea. Resplandecente. E por entre as cores garridas de um arco-íris só nosso emerge o teu encanto de Amor-perfeito. Caminhas para mim e deixas-me sem respiração. Por onde passas florescem frondosos jardins de Hortênsias e Buganvílias, e escuta-se o jucundo canto dos Pintassilgos. Estendes a tua mão de encontro à minha. Beijas-me. E por um momento sinto-o como se de novo fosse este o primeiro beijo. Os teus lábios salgados. Os meus, suplicantes. Unidos. E o tempo a não ser tempo. O espaço a não ser espaço. Sentas-te. Bem junto a mim. Palavras. Versos. Poemas. De amor. Depois, em silêncio cúmplice, contemplamos o Sol maiúsculo que se despede tecendo os últimos fios de prata. O mar, cansado, a repousar sob um horizonte matizado em laranjas, violetas e azuis turquesa… Voltamo-nos um para o outro. Olhos nos olhos. E sorrimos…
JFDourado – Pôr-do-sol – 31/01/2008