sábado, agosto 05, 2006

A dança fingida


Dance at Bougival - Renoir

Breves minutos uniram o improvável par numa dança fingida, eu desajeitado e inseguro com a minha máscara alva, e tu, uma rosa florida em vestido encarnado de cetim.

Como queria encontrar aquele conjunto mágico de palavras capazes de te revelar o que o meu coração sente. Que te amo, sem reservas, desde aquela primeira vez em que os nossos olhares se cruzaram, e tudo passou a fazer sentido. O permanente aperto no estômago porque tu estás sempre presente em mim. Se fecho os meus olhos vejo em fundo preto o contorno do teu rosto a branco. Se os abro, lá estás tu à minha frente, com o teu sorriso sereno, os cabelos pelos ombros, olhos meigos que transmitem segurança, e esses teus lábios de mil promessas que anseio um dia beijar. Amo a luz que irradias, a alegria de viver contagiante, a simplicidade que cativa, a voz doce, o teu perfume, o suave balanço do teu andar, os contornos do teu corpo, as tuas mãos delicadas que sonho enlaçar nas minhas…

As palavras ficaram perdidas no meu pensamento, os breves minutos passaram, a música terminou, e deixamos a nossa dança fingida tal e qual como a iniciamos, eu desajeitado e inseguro com a minha máscara alva, e tu, uma rosa florida em vestido encarnado de cetim.

JFDourado - A dança fingida - 05/08/2006

2 comentários:

Anónimo disse...

:)Belo começo!

JFDourado disse...

Obrigado, Ana, pelo comentário simpático :).