sábado, abril 18, 2009
Jerusalém
Quem comete um erro é excluído; é fechado dentro de uma caixa. Quem está fora vê apenas a caixa. Mas quem está fechado, excluído, consegue ver cá para fora. Vê tudo, vê-nos a todos.
Em cada compartimento há dezenas de caixas. Milhares de caixas por todo o lado. A maior parte delas vazia. Outras têm lá dentro pessoas excluídas. Ninguém sabe quais as caixas que têm pessoas.
As caixas são tantas que ninguém lhes dá importância. Pode estar lá uma pessoa, até a que amas, mas nem olhas. Já não produzem efeito. Passas por elas centenas de vezes.
in “Jerusalém” – Gonçalo M. Tavares
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12 comentários:
adorei este livro. :) *
Estou quase a acabar de o ler e também o acho excelente! :)*
é o próximo ;)*
Desconfio que também vais gostar, Ana. :)
Beijinho
Txxxxiiiiii... Esta semana fecharam o pepe dentro de uma caixa destas!!! :)
Abraço
É verdade. Excluído por dez jogos!!! O homem perdeu a cabeça! Nem parecia ele.
Abraço
Ofereci-o, mas ainda não o comprei. "Imperdoável", parece-me.
A redenção é sempre possível, Addiragram. :D
O Saramago é que a sabe toda. O M. Tavares é o maior.
Sem dúvida! :)
Pelo sim,pelo não, escolhe um rótulo bonito para a tua caixa e enfeita-a com luzinhas de Natal. Mesmo que não adiante nada, também não fará mal.
É verdade, hoje em dia quem não têm um rótulo bonito é... excluído!
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