sábado, abril 18, 2009

Jerusalém

Eye in eye - Edvard Munch

Quem comete um erro é excluído; é fechado dentro de uma caixa. Quem está fora vê apenas a caixa. Mas quem está fechado, excluído, consegue ver cá para fora. Vê tudo, vê-nos a todos.
Em cada compartimento há dezenas de caixas. Milhares de caixas por todo o lado. A maior parte delas vazia. Outras têm lá dentro pessoas excluídas. Ninguém sabe quais as caixas que têm pessoas.
As caixas são tantas que ninguém lhes dá importância. Pode estar lá uma pessoa, até a que amas, mas nem olhas. Já não produzem efeito. Passas por elas centenas de vezes.

in “Jerusalém” – Gonçalo M. Tavares

12 comentários:

V. disse...

adorei este livro. :) *

JFDourado disse...

Estou quase a acabar de o ler e também o acho excelente! :)*

Ana disse...

é o próximo ;)*

JFDourado disse...

Desconfio que também vais gostar, Ana. :)

Beijinho

Filipe Salgado disse...

Txxxxiiiiii... Esta semana fecharam o pepe dentro de uma caixa destas!!! :)
Abraço

JFDourado disse...

É verdade. Excluído por dez jogos!!! O homem perdeu a cabeça! Nem parecia ele.

Abraço

addiragram disse...

Ofereci-o, mas ainda não o comprei. "Imperdoável", parece-me.

JFDourado disse...

A redenção é sempre possível, Addiragram. :D

Unknown disse...

O Saramago é que a sabe toda. O M. Tavares é o maior.

JFDourado disse...

Sem dúvida! :)

shh disse...

Pelo sim,pelo não, escolhe um rótulo bonito para a tua caixa e enfeita-a com luzinhas de Natal. Mesmo que não adiante nada, também não fará mal.

JFDourado disse...

É verdade, hoje em dia quem não têm um rótulo bonito é... excluído!